Em geral, a recuperação dos quilos
perdidos faz com que o indivíduo atinja um peso superior àquele que possuía
antes de perdê-lo. O organismo age como se houvesse uma “programação” para
ganho de peso, que foi interrompida no período de perda. Alguns autores
relataram conseqüências negativas dos ciclos de emagrecimento e engorda,
conhecidos como “efeito-sanfona” ou “efeito-ioiô”. Contudo, há dúvidas sobre a
interpretação desses resultados. Nessa área ainda são necessárias pesquisas bem
controladas.
Em experiências com animais e em
estudos com humanos, não se determinaram conseqüências adversas do “efeito-sanfona”.
Muitos dos resultados a ele atribuídos decorrem da ação nociva do cigarro. O
peso de fumantes que tentam abandonar o vício costuma flutuar. Os efeitos
nefastos, nesse caso, são causados pelo tabaco.
Devem-se ressaltar os fatores
psicológicos decorrentes do fenômeno, que levam à queda da auto-estima e,
eventualmente, a distúrbios alimentares, como bulimia (caracterizada pela
ingestão excessiva de alimentos seguida de vômitos ou do consumo de diuréticos
e laxantes, para “desintoxicar” o organismo) e anorexia nervosa (caracterizada
pela recusa voluntária à ingestão de alimentos e pela preocupação excessiva com
perda de peso).
Enio Cardillo
Vieira
DEPARTAMENTO DE
BIOQUÍMICA
E IMUNOLOGIA,
UNIVERSIDADE
FEDERAL DE MINAS GERAIS
[CH 166 – novembro 2000]
Nenhum comentário:
Postar um comentário