Muitas pessoas ainda continuam se perguntando
como determinados frutos não contem sementes, e ao descascar e degustar a
banana comum acabam notando pequenos pontos escuros no qual o chamam de
sementes, onde na verdade não são. Pois, diante dessas questões conflitantes,
descreverei de forma clara e objetiva os mistérios que norteiam esses problemas
de identificação voltados para a semente da bananeira, que de certa forma geram
grandes questionamentos, tipo:
Será que as bananas não contêm sementes?
Como se dá a formação dessas bananas sem fecundação?
A maioria das
bananeiras cultivadas se reproduz de forma assexuada, por propagação
vegetativa, a partir de seu rizoma, que é um tipo de caule subterrâneo, de
crescimento horizontal, e que geralmente desenvolve folhas. O conjunto de
várias dessas folhas forma o que popularmente, à primeira vista, chamamos de
caule da bananeira.
Cada “caule”
é capaz de formar ramos de flores que, sem que haja fecundação de seus ovários,
formam bananas, reunidas em um cacho. Assim, esse fruto é classificado como
partenocárpico; e aqueles pontinhos pretos que encontramos em seu interior são
óvulos não fecundados, e não sementes, como algumas pessoas acreditam.
A vantagem de
essas plantas se desenvolverem assim, além da ausência de sementes nas bananas,
consiste no fato de que as mesmas crescem e dão frutos mais rapidamente. A
desvantagem é que, por serem idênticas à planta-mãe, se a mesma possuir alguma anomalia,
elas também a terão.
As bananas
compradas no supermercado, que consumimos normalmente, não possuem sementes.
Aqueles pontinhos pretos são apenas óvulos não-fecundados da flor da bananeira.
A banana é um fruto partenocárpico, tal como o abacaxi, os frutos se formam sem
fecundação. É por isso que não possui sementes.
As bananas
com sementes só ocorrem nas espécies selvagens, que no Brasil podem aparecer em
regiões litorâneas de Mata Atlântica. A espécie Musa balbisiana,
vendida no mercado indonésio contém, excepcionalmente, sementes, e é
considerada uma das espécies ancestrais das atuais variedades híbridas
geralmente consumidas.
As bananas
tradicionais, entretanto, reproduzem-se pela chamada propagação vegetativa,
onde os brotos das novas plantas surgem a partir da planta-mãe. No caso das
bananas, eles aparecem do chamado rizoma (um caule subterrâneo), estrutura na
base da bananeira de onde saem as raízes. A grande vantagem é que a muda atinge
a fase adulta em muito menos tempo que as frutas que começam a crescer a partir
de uma semente. Mas a maior desvantagem é que todas as bananeiras serão
idênticas à planta-mãe. Se a planta que deu origem aos brotos tiver doenças, as
descendentes também terão.
Font Quer (1953) afirma como
sendo um fenômeno onde há a formação dos frutos sem a prévia fecundação dos
gametas femininos pelos masculinos; os rudimentos seminais, portanto, não
transformam sementes ou quando ocorre as sementes são vazias ou estéreis. A
partenocarpia pode ser autônoma ou vegetativa, ocorrendo sem qualquer estímulo
ou estimulada, quando se exige certa excitação do estigma pelo pólen (que não
consegue fertilizar os rudimentos seminais) ou infecções fúngicas, parasitas ou
através de outros estímulos.
Diversos
fatores podem influenciar na formação de frutos partenogenéticos, como:
condições de temperatura, polinização por uma espécie geneticamente distante,
propensão à poliembrionia, etc. Experimentalmente, a partenogênese tem sido
conseguida de várias formas, porém, segundo Chiarugi (1936), o melhor método
para a indução da partenogênese haplóide é a polinização por uma espécie
geneticamente distante, capaz de induzir partenocarpia, mas não
fertilização.
Segundo Vidal & Vidal
(2007), partenocarpia compreende ao desenvolvimento do fruto sem que haja
fecundação, onde os frutos das gimnospermas não são classificados como
verdadeiros frutos, e daí não estarem incluídos aqui. Se os considerássemos
como tais, seriam classificados como infrutescências: gálbula (ciprestes) e
estróbilos (pinheiros).
Mendes (1946) define a partenogênese
como sendo o processo pelo qual um embrião se desenvolve de uma oosfera
haplóide ou diplóide sem qualquer fusão de núcleos ou de células, tem sido
constatada nas mais diversas plantas que, normalmente, se reproduzem por via
sexuada e onde, portanto, a meiose e a fertilização são ocorrências normais.
Agora que
você já conhece algumas particularidades dessa planta, vamos para mais uma
curiosidade: você sabe o porquê desse fruto amadurecer tão rapidamente?
A resposta é
a seguinte: a banana libera um hormônio vegetal chamado etileno. Esse gás é
responsável por acelerar a maturação do fruto. Assim, se deixamos muitas
bananas reunidas, ou colocarmos esse fruto, ainda verde, em recipiente fechado;
os mesmos amadurecerão rapidamente, em virtude da ação do etileno. Quanto a
isso, uma curiosidade é que a banana-prata é a que fica madura com mais
facilidade, justamente pela alta liberação desse hormônio vegetal, após a sua
colheita.
A banana é rica
em carboidratos, sais minerais e vitaminas; e possui poucos lipídios. Sua
composição faz com que seja um alimento muito saudável, capaz de:
- Prevenir a depressão, já que
possui triptofano, capaz de estimular a produção de serotonina;
- Regular a glicose sanguínea, graças à vitamina B6;
- Regular a glicose sanguínea, graças à vitamina B6;
- Prevenir a anemia, porque
contém ferro;
- Reduzir os riscos de derrame,
e a pressão alta, por conter potássio;
- Regular o intestino, graças às
suas fibras e lipídios.
- Aliviar azias e enjôo, agindo
como antiácido natural.
Além disso,
para muitos adeptos da medicina alternativa, sua casca pode ser aplicada
diretamente na pele, para acelerar a cicatrização de machucados, picadas de
mosquitos, e para a eliminação de verrugas. Essa parte da banana também pode
ser utilizada na culinária, para a fabricação de doces, bolos, pães e alimentos
salgados.
REFERÊNCIAS:
CHIARUGI, A. La partenogenesi nelle piante
superiori e la sua importanza per le indagini sulla loro constituzione
genética. Boll. Soc. Ital. Biol.
Sper., 9: 1182-1207. 1934. Cit. Em The Experimental Production of Haploids and
Polyploids. Imperial Bureau of Plant Genetics. 28 pgs. 1936.
FONT QUER, P. Diccionario
de Botánica. Barcelona: Ed. Labor, 1953. 1244p. il.
MENDES, A. J. T. Partenogênese, partenocarpia e
casos anormais de fertilização em Coffea. Bragantia [online]. 1946, vol.6,
n.6, pp. 265-272. ISSN 0006-8705.
VIDAL, W. N.; VIDAL, M. R. R. Botânica –
organografia: quadros sinóticos ilustrados de fanerógamos – 4ª Ed. Viçosa:
Editora UFV, 2007.124p. il.
otimo artigo
ResponderExcluirExcelente a materia, gostaria de saber as propiedades do óvulo da banana. se puder me mandar?
ResponderExcluirGrato desde ja!!!
thiagoantoniofno@gmail.com
Muito bom!
ResponderExcluirMuito bom ótima experiência!<3:)
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