Jubartes ficam até novembro na Bahia para para se reproduzir e seguem para a Antártida
FOTOS: Enrico Marcovaldi/Projeto Baleia Jubarte
Espetáculo: O peso de 40 toneladas não inibe os saltos característicos da espécie
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Até novembro elas cumprem um curioso ritual de acasalamento. Os machos participam de uma espécie de competição para ver quem será o escolhido de cada fêmea. Eles batem as caudas e nadadeiras e depois fazem a corte entoando o seu misterioso canto, como se fosse uma serenata. No ato sexual, as jubartes copulam com apenas um macho, em quanto as baleias-franca, por exemplo, cruzam com vários machos.
Filhote de 2 toneladas: Após gestação de 11 meses as jubartes voltam a Abrolhos para dar à luz
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As jubartes que engravidaram na temporada anterior também voltam à
região para dar à luz sem a presença de predadores naturais por perto,
como tubarões. A gestação das baleias dura 11 meses. Logo após o período
de reprodução, os animais reiniciam a longa travessia pelo Atlântico
até a Antártida. Somente lá as baleias se alimentam. Durante os seis
meses que dura a viagem e a permanência no Brasil, elas não comem,
sobrevivendo com uma reserva de gordura. De volta à Antártida, elas
passam boa parte do tempo devorando toneladas de krill, uma espécie de
camarão.
Ao expor a nadadeira caudal, a baleia pode estar amamentando, cantando, descansando ou esfriando o corpo
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Nesta temporada o Projeto Baleia Jubarte, que estuda e protege os
animais na região de Abrolhos, já avistou mais de 200 baleias, mas
acredita-se que até 2 mil animais percorram o litoral brasileiro nesse
período. O projeto já identificou neste ano 50 espécimes por meio de
fotografias da nadadeira caudal, que serve como uma impressão digital
das jubartes. Por conta da pigmentação e das marcas naturais, nenhuma
cauda é igual a outra. Tudo indica que hoje a população de jubartes
cresça cerca de 7% ao ano, mas o animal ainda está à beira da extinção,
de acordo com o Ibama. Até o final da década de 60 a pesca da baleia era
permitida. Na ocasião, quando houve a proibição, restavam somente 15
mil espécimes em todo o mundo. Atualmente são cerca de 25 mil. (G.G.)
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