Número é menor que de países como Estados Unidos, Argentina e Chile.
Dado equivale a cerca de 7,5 milhões de brasileiros com a doença.
O Ministério da Saúde divulgou nesta quarta-feira (9) que 5,6% da
população adulta do Brasil têm o diagnóstico de diabetes. O número é
menor que o do ano passado, quando 6,3% foram identificados com a
doença. Ao longo dos últimos seis anos, no entanto, a tendência é de
estabilidade.
(Aviso: ao ser publicada, esta reportagem informou corretamente que
a pesquisa não diferencia entre os dois tipos de diabetes.
Posteriormente, por falha de comunicação, a reportagem teve texto e
título alterados às 14h18 para dizer que a pesquisa abordou apenas a
diabetes tipo 2. Às 14h50, houve nova alteração para deixar a reportagem
com a informação anterior, que estava correta.)
De acordo com o Censo 2010, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística), há 134.465.631 pessoas em idade adulta no país. Levando
em conta esse número, a população com diabetes fica em torno de 7,5
milhões de brasileiros.
A diabetes se caracteriza pelo acúmulo de açúcar no sangue, aumenta o
risco de doenças do coração e do rim e pode levar à cegueira, entre
outras complicações.
A tipo 2 é a mais comum, aparece em cerca de 90% dos diabéticos. O
pâncreas começa a falhar aos poucos. A doença tem carga genética, mas
geralmente está ligada à obesidade e ao sedentarismo, e aparece na fase
adulta. Pode ser controlada com remédios e dieta, e injeções de insulina
são usadas apenas em alguns casos.
O tipo 1 costuma surgir na infância ou na adolescência. Uma falha no
sistema de defesa do corpo leva à destruição das células do pâncreas que
produzem a insulina, hormônio que leva o açúcar para dentro das
células. Esses pacientes dependem da injeção de insulina pelo resto da
vida.
A pesquisa
Os números foram obtidos pela pesquisa Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), que coletou informações nas 26 capitais brasileiras e no Distrito Federal.
Os números foram obtidos pela pesquisa Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), que coletou informações nas 26 capitais brasileiras e no Distrito Federal.
O levantamento, feito anualmente pelo ministério desde 2006, traz um
diagnóstico da saúde do brasileiro a partir de questionamentos – por
telefone – sobre os hábitos da população, como tabagismo, consumo
abusivo de bebidas alcoólicas, alimentação e atividade física, e
doenças, como a hipertensão e a diabetes. Em 2011, foram entrevistados
54.144 maiores de idade de janeiro a dezembro.
Segundo o Ministro, apesar de o número ser menor no Brasil na
comparação com outros países, os dados ainda preocupam. "Temos uma
tendência de crescimento do número de pessoas com diabetes no Brasil por
causa do aumento do número de idosos, do acesso ao diagnóstico e do
crescimento da obesidade. É preciso reforçar ações de prevenção à
obesidade, fazer diagnóstico precoce e promover acesso a medicamentos",
declarou o ministro.
Os dados foram divulgados pelo Ministro da Saúde, Alexandre Padilha,
durante o Fórum Pan-americano de Ação sobre as Doenças Não
Transmissíveis, em Brasília. O Brasil possui destaque na comparação com
outros países do continente. De acordo com dados oficiais de cada país, o
índice brasileiro é menor que o dos Estados Unidos (8,7%), Argentina
(9,6%) e Chile (6,3%).
O
ministro Alexandre Padilha (no centro, com o microfone) apresentou os
dados da pesquisa Vigitel sobre a diabetes (Foto: Felipe Néri/G1)
A capital onde foi identificado o maior percentual da população com
diabetes é Fortaleza, onde 7,3% dos adultos são portadores da doença. Em
seguida, estão Vitória (7,1%) e Porto Alegre (6,3%). Palmas possui o
menor índice, com 2,7% da população. Goiânia (4,1%) e Manaus (4,2%)
estão na segunda e terceira posição, respectivamente, dos melhores
índices.
Segundo Padilha, as cidades com maior registro de diabéticos geralmente
possuem mais idosos e assistência à saúde por meio do diagnóstico.
"Quanto mais idosa a população da cidade, maior a possibilidade de
termos um maior número de pessoas com diabetes. Em segundo lugar, quanto
maior a cobertura do pré-natal, mais mulheres terão o diagnóstico
precoce", disse.
O levantamento Vigitel também indica que a doença é mais comum entre os
mais velhos. A diabetes aparece em 21,6% das pessoas com mais de 65
anos, e em 15,2% das que têm entre 55 e 64. Na faixa entre 18 e 24 anos o
índice cai para 0,6%.
Internações e mortes
De acordo com o ministro, o acesso gratuito a medicamentos de tratamento de diabetes, promovido pelo programa Farmácia Popular, ajuda a melhorar o quadro brasileiro. Segundo ele, dados preliminares apontam que em 2011 houve cerca de 145 mil internações causadas pela doença, contra 148,4 mil em 2010.
De acordo com o ministro, o acesso gratuito a medicamentos de tratamento de diabetes, promovido pelo programa Farmácia Popular, ajuda a melhorar o quadro brasileiro. Segundo ele, dados preliminares apontam que em 2011 houve cerca de 145 mil internações causadas pela doença, contra 148,4 mil em 2010.
"O remédio de graça contribiu para revertemos o número de internações e
a tendência de mortalidade em relação a diabetes", disse.
De acordo com a Débora Maltah, diretora do Departamento de Análise de
Situação de Saúde do Ministério da Educação, o governo possui um gasto
médio anual de R$ 88 milhões com as internações por diabetes. "Nossa
meta é a redução da mortalidade por diabetes e a inclusão de todos os
pacientes no tratamento para que tenhamos também redução das
internações", disse a diretora.
Escolaridade
Segundo a pesquisa, o percentual de adultos com diagnóstico de diabetes é menor conforme o aumento do número de anos escolares. Entre os adultos com 12 ou mais anos de estudo, o índice é de 3,7%, chegando a 7,8% na população com até 8 anos de escolaridade.
Segundo a pesquisa, o percentual de adultos com diagnóstico de diabetes é menor conforme o aumento do número de anos escolares. Entre os adultos com 12 ou mais anos de estudo, o índice é de 3,7%, chegando a 7,8% na população com até 8 anos de escolaridade.
De acordo com Déborah Malta, a diferença se dá, provavelmente, pela
possibilidade de se adquirir hábitos mais saudáveis. "Mais anos de
estudo é um hábito protetor, provavelmente por hábitos mais saudáveis",
disse Déborah.
http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2012/05/ministerio-da-saude-diz-que-56-dos-brasileiros-tem-diabetes.html
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