Lobo-Guará
O lobo-guará é o maior canídeo da América do
Sul e, apesar do nome, estudos genéticos indicam que ele não
é um lobo, mas uma espécie distinta adaptada ao Cerrado.
Originalmente, era encontrado desde o norte da Argentina até o limite
com a Amazônia, no sentido norte-sul; e da Bolívia até
o sertão de Pernambuco, leste-oeste. Hoje sua população
está restrita às áreas protegidas ou afastadas do Cerrado
brasileiro e às áreas inóspitas do Chaco, na Bolívia
e no Paraguai.
É um animal tímido e se mantém afastado do ser humano;
todavia é comum aparecer nas sedes de fazendas, atraídos pelo
cheiro da comida, principalmente do arroz cozido ou por animais domésticos
como galináceos.
O desenvolvimento agropecuário no Cerrado do Brasil Central, reduziu
bastante as áreas naturais; e as que restaram não podem suportar
a população geneticamente viável ou outro grande carnívoro.
Estudos da IUCN apontam que em 1976 um casal de lobos-guará vivia em
um território de 300Km² . Atualmente um casal é obrigado
a sobreviver em uma área de 20 a 30Km². Como conseqüência
desta redução, houve a modificação dos hábitos
alimentares, tornando-o até mais próximo do homem, acelerando
o extermínio deste canídeo.
Possui mandíbulas fracas e se alimentam de vegetais, frutas silvestres
e pequenos animais (roedores, répteis, pássaros, ovos, peixes,
rãs e insetos). Na sua dieta é indispensável o fruto
da lobeira (Solanum lycocarpum), que serve como um vermífugo natural
contra a parasitose renal provocada pelo nematóide Dioctophyna renale;
na ausência deste fruto, o animal morre. É reconhecidamente um
importante dispersor de sementes.
Entre as suas adaptações ao Cerrado estão as pernas
longas que facilitam a locomoção e a visualização
sobre a grama alta; suas grandes orelhas e audição aguçada
permitem ao animal localizar com facilidade pequenos animais sob a vegetação.
O lobo-guará é monogâmico e possui hábitos crepusculares
e noturnos. Raramente um casal é visto junto fora da época de
acasalamento. A reprodução se dá uma vez por ano, sendo
que em cada cria nascem de 1 a 6 filhotes.
É uma espécie ameaçada de extinção devido
à redução de seu habitat, à caça generalizada,
às queimadas e à captura para os zoológicos; neste último
caso, alguns estudos apontam que para cada animal capturado outros cinco podem
ser sacrificados. Por terem maior preço de mercado, os caçadores
preferem animais adultos; porém a captura de um adulto pode deixar
os filhotes desprotegidos e órfãos pois invariavelmente um dos
pais é morto ao tentar defender a sua prole.
O Lobo Guará está entre os animais que sofrem sérios riscos de extinção
dentro de nossa fauna. Segundo estatísticas feitas por cientistas, mais de 300
espécies animais já desapareceram da face da Terra e a extinção continua
ameaçando cerca de 900 das existentes. Em nosso país, que possui uma das floras
e faunas mais ricas do planeta, a situação não é diferente, mas, infelizmente,
ainda não se sabe ao certo quantas qualidades não mais existem.
O Lobo Guará é um canídeo grande e de aspecto elegante, que tem como
habitat natural a América do Sul. É um animal exclusivo do cerrado e sua
aparência assemelha-se mais à de uma raposa que de um lobo. Isso ocorre, devido
às suas pernas longas e finas.
De acordo com Kátia Cassaro, bióloga, chefe do setor de mamíferos do
Zoológico de São Paulo, seus hábitos são exclusivamente noturnos; eles passam
toda a madrugada embaixo de árvores, esperando que as frutas caiam.
"Solitários, eles se juntam, no máximo, aos pares. Essa característica é a
principal diferença, além da física, dos lobos europeus que vivem em matilhas e
são bem mais agressivos", afirma a bióloga.
A sua alimentação é variada: comem desde pequenas cutias, pacas, aves,
répteis, até frutas, mel, cana-de-açúcar, peixes, moluscos e insetos. Vivem, em
média, 13 anos.
Ainda de acordo com Kátia, eles são selvagens, mas medrosos. O Guará
evita lugares mais habitados e raramente ataca carneiros ou cabras dispersos no
mato; sua especialidade é capturar galinhas junto às casas mais isoladas.
“Muitos exemplares foram mortos quando capturavam galinhas", explica.
Mesmo solitários, seus gritos podem ser ouvidos a grandes distâncias. E,
segundo estudos, foi devido ao som de seus uivos, interpretado pelos indígenas
como "Gua-á gua-á", que o Chrysocion brachyururs, espécie única do
gênero em toda a América Latina, foi chamado no Brasil de Lobo Guará.
Extinção
O IBAMA tornou pública, através de uma portaria em 1989, a lista oficial
de espécies da fauna brasileira que estão ameaçadas de desaparecimento. Entre
elas, está o Lobo Guará, que se apresenta em vias de extinção. "Restam
apenas alguns milhares de espécimes nas planícies do Mato Grosso", explica
a bióloga do Zoológico de São Paulo.
"A principal causa da possível extinção é a diminuição do cerrado e
a caça predatória". Seu habitat natural são os cerrados, os quais,
atualmente, estão tomados pela agricultura. A grande quantidade de gado e as
queimadas, também, são fatores que interferiram na continuação em abundância da
espécie.'
Brasil
No Brasil, ele habitou os cerrados da região Centro-Oeste e ocupou parte
da caatinga do Nordeste. Outro local onde o Lobo Guará podia ser encontrado era
a Zona da Mata. Essa diferente, mas elegante espécie de lobo, também, aparecia
em número significativo no vale do rio Paraíba do Sul. Havia tantos deles
naquele local que o fato inspirou o nome da cidade paulista de Guaratinguetá.
Curiosidades
O Lobo Guará tem seus filhotes somente no mês de junho e, quando eles
nascem, a fêmea não sai da toca e é alimentada pelo macho. Esse mamífero tem um
sentido muito grande de família", explica a bióloga. Ainda segundo ela, os
filhotes de Lobo Guará nascem pretos, com a ponta da cauda branca e, geralmente,
são apenas dois por gestação.
Iniciativas de conservação
A espécie ocorre em várias áreas
protegidas na Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e, possivelmente, Peru. Na
Argentina está classificada entre as espécies em perigo (EN), e no Brasil consta
da lista de espécies ameaçadas. Sua caça é proibida no Brasil, Paraguai e
Bolívia. Embora não existam iniciativas de conservação dedicadas à espécie,
esta se beneficia dos projetos de proteção do cerrado.
No Brasil é encontrado nos
Parques Nacionais de Brasília, das Emas, da Chapada dos Veadeiros, do Araguaia,
da Serra da Canastra, Grande Sertão Veredas, da Serra do Cipó, da Chapada dos
Guimarães, da Serra da Bodoquena, Ilha Grande, Aparados da Serra, da Serra
Geral, São Joaquim, da Serra da Bocaina, do Itatiaia. Ocorre também nas Reserva
Ecológica do Roncador e nas Estações Ecológicas Águas Emendadas, Uruçuí-Una,
Serra das Araras, Pirapitinga e Taiamã. Ainda, nos Parques Estaduais Ibitipoca,
Itacolomi, Nascentes do Rio Taquari, Caracol, Iatapuã, Turvo, Cerrado e Vila
Velha.
Desenvolvem-se estudos
ecológicos e de variabilidade genética da espécie em várias instituições de
pesquisa brasileiras: na Associação Pró-Carnívoros, CNPq, União de Ensino do
Planalto Central, USP, Fundação Zoobotânica de Belo Horizonte, Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente, EMBRAPA
e Universidade de Brasília
Vive na Região Centro-Oeste e
Sudeste do Brasil, partes da Argentina, Peru, Bolívia, Paraguai e Uruguai. Uma
grande população de Lobos-Guarás pode ser encontrada no Parque Nacional da
Serra da Canastra, criado em 1972 por um decreto federal.
Vive em cerrados, pastos,
pântanos, regiões próximas a rios e áreas de agricultura. Não é encontrado em
altitudes elevadas ou na Floresta Tropical.
Hábitos Alimentares
A base da dieta do Lobo-Guará é
composta de frutas e plantas, principalmente a lobeira, um fruto parecido com o
tomate. Também come pequenos pássaros, roedores e insetos.
Tamanho
Seu corpo mede de 124 a 132 cm
de comprimento e de 74 a 87 cm de altura. A cauda possui de 28 a 45 cm de
comprimento. É o maior canídeo da América do Sul.
Fonte: www.brazilnature.com
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